30 setembro, 2011

Para você...


Nós vemos o por fora e não sabemos o que se passa por dentro. As tristezas, as dores... Muitas vezes não sabemos o que uma pessoa passa, não sabemos sobre os seus temores, angustias.
Nem sempre alegria é sinônimo de felicidade. Às vezes é apenas um disfarce ou uma forma de esconder um coração triste. De repente, de uma hora para outra o mundo parece cair. Para onde ir e como prosseguir. Sei bem dessa parte, pois já perdi muito.
Vêm os sentimentos de tristeza, solidão e uma saudade do tempo de criança, de esperança. É preciso de uma força fora do comum para suportar, para não desistir.

Melhor é quando uma pessoa já esteve no mais profundo abismo, no absorvo e não deixa de acreditar. Ainda busca o enlevo e parece sair ileso das tormentas, mas a dor ainda está dentro, fixada como morada. Mas ainda assim sabe olhar para frente sem deixar as amarguras lhe amarrar para sempre. 
Forte é quem chora, sofre e ainda acredita que a vida vai ser melhor. 
Feliz é quem acredita que o céu começa aqui. E começa, acredite! Porém,  não podemos nos estacionar com os muitos problemas. Precisamos construir uma estrada para ele.

Se eu pudesse tiraria todas as pedras do seu caminho... Mas não posso. O que posso e faço é estender minha mão, fazer pra ti oração. Acredite que o PAI é Poder, Amor e Inspiração. Se entregue a ELE como jamais fez e verá todas as portas abertas.

Abra você primeiro a sua porta de dor. Deixe-a sair, ir embora. Deixe a fé fazer morada e verás que você é capaz de atravessar qualquer tempestade.
O enlevo também é para você, R.

Foto: Izabel Demarchi

Eu quero


Quero me encher de coragem,
mandar embora a maldade.
Fazer o meu filme com replay
somente no que acertei.
Para os erros ter tempo de acertos.
Cultivar amizades,
mandar os inimigos pro confins.
Errar menos, perdoar mais.
Eu quero me alegrar com o sol
do bom dia e todo dia agradecer.
Eu quero que o meu céu te alcance.
Quero semelhança e esperança,
Para mim e você. 

Foto Marina Antunes Polak.

28 setembro, 2011

Julgue menos

·         Não me olhe por fora.
         Veja-me por dentro.
·         Não olhe o que tenho.
 Olhe o que me falta.
·         Não me julgue.
 Você não é meu juiz.
·         Não me diga o que fazer.
       Faço o meu bem-querer.
·         Não me diga que sabe o que sinto.
       Você não vive em mim.
·         Não fale das minhas mentiras.
       Você não conhece minhas verdades.

·         É fácil olhar e não ver.
·         Ver o que se tem.
·         E não saber como se teve.
·         Ver somente o que aparece.
·         Julgar sem saber.
·         Falar e não fazer.
·         Citar mentiras.
·         Esconder verdades.
·         Fácil é se esconder.




A lua é mesma para todos.


Foto: Marina Antunes Polak.



Feita feito


Sou difícil para me magoar.
Sou fácil para perdoar.
Viva em mim o seu coração.
Faça em mim sua canção.
Sinta em mim emoção.
Viva em mim sua razão.
Não me veja como perfeita.
Veja-me como feita,
Não desperdice a paixão.
Não desocupe meu coração.
Mesmo com os seus defeitos,
Você foi feito,
Para eu te amar.
Fatias de amor, amar.

19 setembro, 2011

Alegria

Se eu merecer quero alegria,
Quero dividir alegria, 
Dar-te-ei alegria,
Serei sua alegria.

Alegria: sinto, divido... 
Sou, somos.

Ela foge, escapa... 
Mas corro atrás,
Não desisto, insisto...

Mesmo que eu chore de dor,
Sei que não será sempre.

Se você merecer tenha alegria.
Divida alegria,
Seja minha alegria.

Alegria: sinta, divida...
Seja, seremos.



* Alegria: sentimento de felicidade; acontecimento feliz.






12 setembro, 2011

Farmácia Popular

                Vi a entrevista de nossa presidente, Dilma Rouseff, para Patrícia Poeta – Programa Fantástico. Numa das falas, ela disse que um dos acertos de seu governo é ter conseguido entregar remédios de graça para Pressão Alta e Diabetes. Talvez isso realmente aconteça em algum lugar, mas garanto que aqui em Curitiba isso é uma dissimulação, embora haja propagandas em vários estabelecimentos.
                Meu marido, no final de abril deste ano, ao fazer exames de rotina descobriu que tem diabetes. Passou quatro dias na UTI.  Agora, necessita aplicar insulina duas vezes ao dia, medir o nível de glicose, e, além disso, também toma medicamento para pressão alta. Como descobrimos a doença em uma ocasião de acontecimentos difíceis, levamos a crer que essa alteração de glicose elevada tenha sido por fator emocional. Temos esperança que venha normalizar. Mas, enquanto isso, são necessários todos os cuidados com alimentação e a medicação. Medicação esta que não é nada barata. 
               Por haver tanta propaganda em farmácias, e após ver essa entrevista, perguntamo-nos: "Onde está o erro?". Será que existe uma farmácia capaz de fazer jus a campanha que a ilustríssima presidente tem orgulho em apresentar? Se houver, por favor, nos avisem, porque de repente estamos sendo injustos com “tamanho acerto”. 
          Acredito que temos dever de, alguma forma, expor,  para quem sabe os menos favorecidos consigam, sem humilhação ter esse direito garantido.
          Quando estão acabando os remédios meu marido vai comprar (de farmácia em farmácia), e em todas elas há um cartaz de: FARMÁCIA POPULAR: “Aqui tem farmácia popular”. Bonita propaganda, geralmente fica em um lugar bem visível do estabelecimento.
                No entanto, quando são ditas as palavras: "Sou diabético e hipertenso". A resposta é sempre a mesma: Ah, me desculpe, o sistema  está fora do ar; ou que as medicações (do meu marido) não constam na relação, ou até mesmo, de maneira sucinta (ele) é ignorado. 
              Nós, graças a Deus, temos condições de comprar os remédios, embora tenhamos que abrir mão de algumas coisas,  visto que não são somente as medicações, pois há a necessidade de uma  dieta equilibrada e adaptada para os portadores de diabetes, que não são nada acessíveis. 
         De qualquer forma, acho que temos o direito de sermos respeitados como somos, independente de classes sociais.
            Enfim, farmácia popular; popular para quem?




* Popular: próprio do povo; relativo ao povo; democrático.


11 setembro, 2011

Re...


É uma coisa esse negócio do coração: ele infinita e incansavelmente não deixa de amar... Olha pela fresta o sol que ilumina o ser, que planta a semente e sente a crescente razão de deixar que a vida siga pela abertura dada em busca da notável e sempre bem-vinda felicidade. 
Eis que outro dia vem e novamente a tristeza tenta alcançar e ganhar essa corrida, essa disputa de existir. Tenta acabar com esse estímulo de buscar novas razões... 
Até onde separar a in da felicidade? Sabe-se que o dia acorda às vezes sem sol, mas ele ainda está lá... 
O que devemos fazer é esperar e acreditar que outras primaveras virão.
Abra as portas, as janelas e acorde para o dia. Não espere somente que o sol venha: faça sua parte! Reparta com a vida os bons motivos para agarrar a alegria de cada novo acordar. Façamos de nossos dias os melhores lugares. E quase sempre não precisamos de grandes acontecimentos, precisamos unicamente da dádiva de respirar.
No mais vamos (re) inventar, (re) montar, (re) partir, (re) agir... Deixe o seu coração (RE) ALIZAR.
Tenha (re)ferto gosto de (re)começar.

* Referto: muito cheio.

Foto Izabel Demarchi

Antes

Antes que a tristeza venha
Antes que o medo apavore
Antes que a verdade cale
Antes que o sono desperte
Antes que sol durma
Antes que o fim chegue
Antes que o riso chore
Antes que a flor murche
Antes que a porta feche
Antes que a criança cresça
Antes que o sonho desperte
Antes que a corda rompa
Antes que o som abafe
Antes que o mal vença
Antes que a noite caia
Antes que a chuva invada
Antes que as estrelas incidam
Antes que o homem esqueça
Antes de qualquer coisa...


Antes que eu vá.

Preciso dizer:

Eu faria tudo outra vez.
E de novo diria:
Obrigada meu Deus!




06 setembro, 2011

Utopia


Tudo não passa de 
uma mentira
tão bem contada, falada,
que quase acreditei.

Caiu o pano
desceu o breu,
fiquei ateu.
Cadê meu Deus?
Enganos, utopias.

Dolos;
dores;
sangue;
vida?

Cadê eu?
Escondi-me
nas mentiras, nos 
aleives que contei.
Na história que criei.

Na mudança que 
não veio, na parada 
da montanha.
Alcancei minhas 
verdades:
Inventadas;
lamentadas;
experimentadas...

Onde por o fim?
Como ser feliz?
Se tudo que sou.
Sou eu quem criou

De vez caí,
Choro;
imploro...
Faça-me feliz,
na mesma história,
no mesmo estrado,
na mesma estrada.

Senão vou perceber,
que foi tudo ilusão.



"Para você minha amiga AA:
Às vezes a vida é como um
doce, mas de repente tudo
acaba.


03 setembro, 2011

Fato de fato



A vida será até quando?
Hoje aqui tem e detém.
Como comida e gente.
Coisa estranha, matança.
Mais guerra do que paz.
Veste e desveste como folhas
de árvores que vêm e vão.
Como os rios que fogem.
Cai a lua com choro vertente.
O verde é pálida como gente.
A rua acaba no final do mundo.
E o mundo acaba fugindo das matas.
Espaço meu e seu que gera impune
no tempo que perdemos chorando.
A vida que se foi no auge desses
que se foram.
Medo de não encontrar a volta,
do calor da humanidade de verdade.
Só resta restabelecer o fato.
O fato é o amor.
Talvez haja tempo para a vida como
fato de fato.

De fato, falta só o amor.