22 outubro, 2012

O que vale a pena ser - Corrente Literária


 

 

                  Acordo sempre em cima da hora e lá começa a correria, a rotina. Quase sempre é a mesma ordem, a mesma sensação de fazer, fazer... E aquele vazio de falta tempo, falta energia. 

Dia outro, outro dia e os acontecimentos se acumulam nas impressões que dei ou me deram. Talvez haja sobras, talvez haja falta, mas que sempre haja a mesma sentença: o que vale ser é ser o que se é. Ora otimista, conquistador, verdadeiro, guerreiro, crente... Ora pessimista, inconquistável, falso, fraco, descrente. Onde é necessários tirar de dentro um exército de muitos ‘eus’ para prosseguir na usança vida. Usar o lado afame de ganhar o contento do tempo e com esse mesmo tempo se aprende a conviver.

 

                Uso caras, uso bocas, uso alma, uso corpo. Uso e abuso do que posso, sem medir, nem invadir o espaço alheio. Recomeço sabendo que vez ou outra o mundo vira de ponta cabeça, cai-se o juízo, a certeza.

 Adormeço, esqueço e acordo em cima da hora... E faço dessa rotina o hábito bom de viver, porque mesmo sendo repetição tiro a graça do sem graça; coloco cor no cinza, invento que sou melhor do que pareço e credito e acredito no modo de todo ser, ser. 

 

                  Dou à vida a chance de me surpreender com tudo que vale a pena. Mereço!


Foto divulgação internet