27 maio, 2013

Flor em sendo






Há tanta dor que o mundo parece pequeno, muito pequeno para que cesse, para que exista mais espaço. 

Para onde quer que eu olhe o cinza continua, não vejo cores, não sinto amores, não me caibo em nenhum jardim, não vejo mão estendida, nem ouço o que preciso ouvir. 

Busco a aliança num céu coberto de fumaça, de calcinado, tão típico de quem perdeu mais do que o material, de quem perdeu o chão. 

Agarro-me em um fio tão fino, quase invisível aos olhos, quase irreal, mas minha única esperança é que seja apenas um sonho.  

Chamo-me pelo meu nome, falando como se falasse com outra pessoa, mostrando-me que ainda existo. Que ainda aguento o remato, que ainda não estou nula. 

De verdade grito com palavras sem sentido, mas sentindo cada uma, como se ecoasse a confiança que precisa florescer em mim. 

 

Preciso florescer mesmo entre os espinhos.


Foto divulgação internet